Yser - 1915/17

 

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A Reconstrução do Exército Belga

 

Quando terminou a ofensiva alemã sobre as tropas belgas em Novembro de 1914, com a abertura dos diques e a inundação da terra de ninguém, o exército belga encontrava-se fisicamente esgotado.

 

Em Agosto de 1914 o exército apresentava um efectivo que rondava os 120.000 homens no activo e ainda mais 100.000 homens contando com as guarnições estáticas das fortalezas e Guarda Civil.

 

Grande parte destes homens foram perdidos nas batalhas à volta de Liège, Namur e Antuérpia. Ao grande numero de baixais que tiveram durante os combates desde Liège a Antuérpia, há que se acrescentar mais cerca de 30.000 homens da guarnição da fortaleza de Antuérpia fugiram para a Holanda e mais 30.000 prisioneiros feitos pelos alemães quando da rendição de Liège e Antuérpia. Na batalha de Yser os belgas perderam pelo menos mais 12.000 homens.

 

Em Janeiro de 1915 o exército belga tinha perdido aproximadamente 50% de todo o seu exército e aqueles homens que ainda se mantinham a lutar encontravam-se completamente extenuados, sem equipamento e com falta de munições.

 

O recrutamento tornou-se quase impossível uma vez que quase todo o território se encontrava ocupado pelos alemães, o que levou o rei Alberto I a apelar ao patriotismo dos emigrados. A resposta foi excepcional e  em pouco tempo foi possível reconstruir o exército com a dimensão de seis divisões de infantaria e duas divisões de cavalaria. Mais tarde a 21 de Julho de 1916, houve outro processo de recrutamento, que chamou às armas todos os homens entre 18 e 40 anos que estivessem a viver no estrangeiro.

 

Um outro problema que se colocou foi a preparação de oficiais, uma vez que a maior parte que integrava o exército em 1914, se encontrava morto, ferido ou capturado pelos alemães. Para resolver este problema o rei ALberto I conseguiu que se abrisse uma escola de oficiais em França .

 

Em 1917 o exército belga já apresentava seis divisões de infantaria, duas de cavalaria dois regimentos de artilharia pesada, com 21 batarias, um batalhão de caminho-de-ferro e outras unidade de apoio e serviços(1).

 

 

Exército Belga 1917

1ª Divisão de Infantaria

3 brigadas de infantaria, 1 brigada de artilharia, 1 regimento de cavalaria (Lanceiros), 2 batalhões de engenharia, uma companhia de ciclistas, uma unidade de serviço de transportes e uma unidade de serviços de saúde

2ª, 5ª e 6ª Divisão de Infantaria (cada)

3 brigadas de infantaria, 1 brigada de artilharia, 2 batalhões de engenharia, uma companhia de ciclistas, uma unidade de serviço de transportes e uma unidade de serviços de saúde

3ª e 4ª Divisão de Infantaria (cada)

3 brigadas de infantaria, 1 brigada de artilharia,  2 esquadrões de cavalaria (Lanceiros), 2 batalhões de engenharia, uma companhia de ciclistas, uma unidade de serviço de transportes e uma unidade de serviços de saúde

1ª e 2ª Divisão de Cavalaria (cada)

2 brigadas de cavalaria, 1 batalhão de carabineiros-ciclistas, um grupo de artilharia a cavalo, uma companha de pontoneiros-pioneiros ciclistas e uma unidade de transporte

 

             

A frente de combate em Yser - 1915-17 

 

Até meio de 1917, o exército belga não tinha reservas estratégicas que lhe permitisse colocar uma divisão de infantaria em descanso. O mais que conseguia era fazer pequenas rotações de unidades entre a frente e uma posição mais à retaguarda onde os bombardeamentos não eram tão constantes.

 

Mas o principal inimigo dos belgas não era directamente os alemães mas sim a água que se infiltrava por todos os lados, obrigando a sucessivas reconstruções das trincheiras e muros para suster as águas. o ambiente também era impressionantemente difícil e salobro, tudo estava constantemente cheiro de lama.

 

Mas foi a inundação da frente de combate que salvou o exército e que manteve os alemães afastados, desde Nieuport até Diksmuide. Com a inundação foi possível manter os alemães a uma distância média de 3Km, excepto perto de Diksmuide onde a trincheira alemã ficava a uns escassos 10 metros de distância.

 

Em 1918, quando da ofensiva alemã na primavera, entre 6 e 18 de Março, Operação Michael, o exército belga teve de inundar mais algumas zonas para quebrar o ímpeto inimigo. Durante esta ofensiva alemã o exército belga demonstrou que se encontrava preparado para combater e para tomar parte na ofensiva que se seguiu(2).

 

 

 

Notas

 

1 - Pawly(2009), pp. 20-23.

2 - Pawly(2009), pp. 33-4.

 

 

 

Links

 

Bibliografia

  • Pawly R, P.Lierneux (2009), "The Belgian Army in World War I", Oxford, Men-at-Arms Osprey Publishing, (ISBN: 978-1-84603-448-0)

 

 

 

 

 

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Este site foi actualizado pelo última vez em 18-04-2013