Tri nomina

 

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O nome latino

 

A aristocracia Romana na República tinha sempre três nomes (tria nomina). Até aos finais da República os não aristocratas apresentavam frequentemente só dois primeiros nomes (ex. Gaius Marius, Gnaeus Pompeius).  Já no Império, os homens livres, cidadãos romanos, indígenas romanizados e os libertos utilizavam habitualmente três nomes.

No Império os homens livres, cidadãos romanos, indígenas romanizados e os libertos utilizavam habitualmente três nomes (tria nomina):

 

praenomen

 prenome

nomen

 gentilício, indicativo da família (gens) a que pertence. 

cognomen

 cognome, nome próprio de cada indivíduo.

 

A transmissão dos nomes, de pai para filhos e de patronos para libertos, obedecia a regras rígidas. Como se poderia esperar o nomen mantinha-se inalterável na família, contudo não é correcto afirmar que todos os mesmos nomen de uma mesma zona pertencessem à mesma família. No entanto, a utilização do mesmo praenomen dentro do mesmo nomen pode auxiliar a identificação de laços familiares.

 

Existia apenas um pequeno número de nomes (praenomina) em uso, e o mesmo praenomina tendia a ser usado, vezes sem conta, dentro da mesma família; em particular no primogénito que usualmente era denominado com o nome do pai.

 

Em inscrições e documentos oficiais, os cidadãos masculinos também eram designados com referência à sua ascendência paternal e à tribo romana electiva em que estavam registados. A indicação da tribo electiva é uma prova positiva de que era um cidadão Romano.    

 

Por exemplo, O orador romano Cicero registou o seu filho após o nascimento como:

 

M. TULLIUS CICERO M[arci] F[ilius] M[arci] N[epos] M[arci] PR[onepos] COR[nelia tribu], “Marcus Tullius Cicero, filho de Marcus, neto de Marcus, bisneto de Marcus, da tribo Cornelia”

 

Homens com dois ou três nomes podiam ser oficialmente agraciados com um cognomen (ex virtute) adicional, um "nome honorifico" que poderia provir de um reconhecimento social, mas que não passava para os seus descendentes (ex. Gnaeus Pompeius Magnus (o grande), Publius Cornelius Scipio Africanus (o "conquistador" africano)), que nestes exemplos foram dados por decreto senatorial. Algumas vezes o cognomen era uma alcunha perversa (ex. Publius Cornelius Sulla Felix (o felizardo)), também chamado algumas vezes com agnomen.

 

Um filho adulto de uma família que já tivesse um herdeiro masculino, podia ser adoptado por uma família que não tivesse um herdeiro masculino vivo. O adoptado tomava todos os três nomes do seu pai adoptivo e usualmente adicionava, de uma forma adjectival, o nomen da sua família, formado através da adição do sufixo (-.anus) ao seu nomen. Quando Gaius Octavius Thurinus foi adoptado pelo seu tio, Julius Caeser, o seu nome transformou-se em Gaius Julius Caeser Octavianus, razão pela qual muitos historiadores modernos o chamam de Octaviano até adicionar oficialmente o  ex virtute Augustos (o reverendo) ao seu nome em 24 A.C.

 

As cidadãs romanas, quando crianças de famílias de cidadãos, eram denominadas pela forma feminina do nome da família em que nasceram, ou seja todas as mulheres cujo pai tinha o nomen Julius eram chamadas Julia, e todas as mulheres cujo pai tinha o nomen Cornelius eram chamadas Cornelia. Em público, elas eram identificadas pelo forma possessiva do cognomen do pai (ex. Julia Caesaris, "Julia filha de Cesar"), ou quando casadas pela forma possessiva do cognomen do marido (ex. Clodia Metelli, "Clodia, mulher de Metellus"), Se uma família tinha mais de uma filha, elas eram identificadas pela palavra maior e minor ("a mais velha" e "a mais nova"), ou prima, secunda, tertia, etc.

 

No entanto nos finais da República estas convenções sofreram algumas alterações, na elite romana as mulheres eram algumas vezes designadas pela forma feminina do nomen do pai, mais a forma feminina do cognomen, algumas vezes como diminutivo (ex. Livi, que casou com Qctavian e se tornou a primeira imperatriz de Roma, era algumas vezes referida como Livia Drusilla, uma vez que o seu pai era um nobre chamado Marcus Livius Drusus.

 

A partir de Augustus, os nomes das mulheres mais proeminentes não seguiam necessariamente a convenção Republicana, mas sim, reflectiam as ligações familiares mais significantes. Por exemplo, as duas filhas de Julia filha de Augustus, que casou com Marcus Vipsanius Agrippa, deveria normalmente ter o nome Vipsiaia, mas em ver disso era chamada Julia e a outra Agrippina. Quando Agrippina casou com Nero Claudius Gernanicus (neto de Livia), as suas três filhas receberam os nomes de Agrippina, Drisilla e Julia Livilla (referencias à linha familiar de ambos os avós) em vez de Claudia, que referiria ao nomen do seu pai.

 

Os libertos (liberti ou libertini), ocupavam um estatuto intermédio entre "nascido livre" e "escravizado". Enquanto estavam escravizados, apenas tinham um nome, ou uma parte do nome que teriam antes de serem escravizados, ou um nome dado pelos seus senhores, muitas vezes provenientes de nomes mitológicos, referências ao pais de proveniência ou referências a características pessoais. O nome do escravo, tal como tudo o resto, provinha da decisão do senhor.  

 

No entanto existiram convenções especificas que regulavam os nomes dos libertos. Um liberto tomava o praenomen e o nomen do seu antigo senhor, que se tornava então seu patrão, mais o seu nome de escravo como cognomen. Se tivesse sido libertado por uma mulher, tomava o praenomen e o nomen do pai dela, mais o nome de escravo como cognomen (ex. a Antonia filha de Marcus Antonius libertou um escravo chamado Pallas, que passou a chamar-se Marcus Antonius Pallas)

 

As libertas tomavam a forma feminina do nomen do seu senhor ou senhora, mais o seu nome de escrava ( ex. a Antonia libertou uma escrava chamada Caenis que passou a usar o nome de Antonia Caenis).

 

Se um liberto fizesse um casamento oficial, uma criança nascida após esse casamento era livre, e normalmente continuavam a utilizar o nomen do patrão do pai.  

 

A posse de três nomes não indicava necessariamente de que se tratava de um cidadão romano. O escravo quando liberto formalmente podia tornar-se um cidadão romano, mas quando liberto informalmente, tornava-se num romanizado em ver de cidadão romano, apesar do seu nome poder ser o mesmo. Só a indicação da tribo electiva pode provar de que se trata de um cidadão romano. 

 

O registo epigráfico

Cidadãos

Homens ( até finais do séc. II)

Quando identificados pelos tria nomina, o praenomen é indicado por uma sigla, o nomen e cognomen por extenso. A estes nomes são acrescentados a identificação do pai e da tribo. Normalmente o estatuto social, a filiação e a indicação da tribo, vêm inseridas logo após o nomen e antes do cognomen.     

Homens (após finais do séc. II)

Passam a ser apenas identificados pelo cognomen, acompanhados pela identificação da filiação e da tribo. 

Mulheres

A identificação é igual à dos homens excepto no que se refere ao praenomen que não é utilizado.

Exemplos:

praenomen nomen ingenuus tribu cognomen  
M(arcus) AEMILIUS M(arci) F(ilius) GAL(eria tribu) FUSCUS 1
  JULIA Q(uinti) F(ilia)   QUINTILLA 2
C(aius) JULIUS PENTI F(ilius)   TURPIO 3
SEX(tus) AEBUTIUS SEX(ti) F(ilius) PAP(iria tribu) RUFINUS 4
  MAXSUMA MAXSUMI F(ilia)     5
  CAMIRA MAXUMI F(ilia)     6

 

D(ecimus) JULIUS D(ecimi) F(ilius) GAL(eria tribu) NAVUS 7
  JULIA T(iti) F(ilia)   ALBURA  7
  CORANIA       7
D(ecimus) JULIUS D(ecimi) F(ilius) GAL(eria tribu) SATURNINUS 7
  OCTAVIA       7

Libertos

Quando estamos perante alguém que se identifica pelos tria nomina, e o cognomen é etimologicamente grego, omitindo-se a filiação, existem fortes probabilidades de se estar perante um liberto.

Assim sendo, o facto de ter os tria nomina não implica necessariamente o estatuto de cidadania romana de pleno direito. também é normalmente referido o nome do patrono do liberto em vez da filiação.

O estatuto social, o nome do seu patrono, vêm inseridas logo após o nomen e antes do cognomen. O nome do seu patrono é referido como "liberto de"  - L(ucci) LIB(ertus), liberto de Lúcio.

Indígenas e escravos

Os indígenas e os escravos são normalmente só identificados pelo cognomen.

O estatuto social de escravo, quando indicado, vem após o (único) nome e referido como "escravo de" - C(aii) SER(vus), servo de Gaio.

 

Lista de Praenomina (os mais usuais) 

Abreviação

Masculino

Feminino

A.

Aulus

Aula

Ap. (App)

Appius

Appia

C.

Gaius

Gaia

Cn.

Gnaeus

Gnaea

D.

Decimus

Decima

L.

Lucius

Lucia

M.

Marcus

Marca

Mam.

Mamercus

Mamerca

Pro.

Proculus

Procula

Opit.

Opiter

 

K.

Caeso

 

M'.

Manius

Mania

N.

Numerius

Numeria

P.

Publius

Publia

Q.

Quintus

Quinta

Ser.

Servius

Servia

Sex.

Sextus

Sexta

Sp.

Spurius

Spuria

T.

Titus

Tita

Ti.

Tiberius

Tiberia

V.

Vibius

Vibia

  

 

Lista de Nomina (os mais usuais)

 A lista está escrita na forma masculina. Para converter na forma feminina é apenas necessário converter a terminação –us por –a.

Acilius

Aelius

Aemilius

Aeteius

Albius

Amatius

Ambrosius

Annaeus

Annius

Antonius

Apollonius

Arminius

Arrius

Artorius

Asinius

Atilius

Aurelius

Autronius

Caecilius

Caedicius

Caelius

Calidius

Calpurnius

Capenius

Cassius

Claudius

Cordius

Cornelius

Coruncanius

Curiatius

Curius

Curtius

Decius

Didius

Domitius

Duilius

Durmius

Equitius

Fabius

Fabricius

Fannius

Fidelius

Flavius

Fulvius

Furius

Gabinius

Galerius

Gellius

Geminius

Genucius

Gratius

Herennius

Hirtius

Horatius

Hortensius

Iriminius

Iulius

Iunius

Iuventius

Labienus

Laelius

Larcius

Licinius

Livius

Lucilius

Lucius

Lucretius

Manlius

Marcius

Marius

Memmius

Menenius

Meridius

Minicius

Minius

Minucius

Modius

Moravius

Naevius

Numerius

Octavius

Ovidius

Papirius

Pellius

Petronius

Pompeius

Pompilius

Pontius

Popillius

Porcius

Postumius

Quinctilius

Quinctius

Ritulius

Rubellius

Rufius

Rutilius

Sallustius

Salvius

Scribonius

Seius

Sempronius

Sentius

Sergius

Sertorius

Servilius

Servius

Sicinius

Silvius

Solanius

Spurius

Suetonius

Tarquitius

Terentius

Titinius

Titurius

Tuccius

Tullius

Ullerius

Ulpius

Ursius

Valerius

Vedius

Velleius

Vergilius

Verginius

Vibius

Villius

Vipsanius

Vitellius

Vitruvius

 

 

 

Lista de Cognomina (os mais usuais)

 Alguns cognomina  eram usados por certas gentes com mais frequência, do que por outras gentes. 

Masculino

Feminino

Usado em especial por nomina       

Aculeo

Aculeo

 

Agricola

Agricola

 

Agrippa

Agrippa

Gens Menenia

Ahala

Ahala

Gens Servilia

Ahenobarbus

Ahenobarba

Gens Domitia

Albinus

Albina

Gens Postumia

Albus

Alba

Gens Postumia

Ambustus

Ambusta

Gens Fabia

Annalis

Annalis

Gens Villia

Aquila

Aquila

 

Aquilinus

Aquilina

 

Arvina

Arvina

Gens Cornelia

Asellio

Asellio

Gens Sempronia

Asina

Asina

Gens Cornelia

Atellus

Atella

 

Avitus

Avita

 

Balbus

Balba

Gentes Acilia, Cornelia, Lucilia, Naevia, Octavia

Barba

Barba

 

Barbatus

Barbata

Gentes Cornelia, Horatia, Quinctia

Bassus

Bassa

 

Bestia

Bestia

Gens Calpurnia

Bibaculus

Bibacula

Gentes Furia, Sextia

Bibulus

Bibula

Gentes Calpurnia, Publicia

Blaesus

Blaesa

Gens Sempronia

Brocchus

Broccha

 

Brutus

Bruta

Gens Iunia

Bubulcus

Bubulca

Gens Iunia

Bucco

Bucco

 

Bulbus

Bulba

Gens Atilia

Buteo

Buteo

Gens Fabia

Caecus

Caeca

Gens Claudia

Caepio

Caepio

Gens Servilia

Caesar

Caesar

Gens Iulia

Calidus

Calida

Gens Coelia

Calvinus

Calvina

Gentes Domitia, Veturia

Calvus

Calva

 

Camillus

Camilla

Gens Furia

Caninus

Canina

Gens Acilia

Canus

Cana

 

Capito

Capito

Gens Ateia

Carbo

Carbo

Gens Papirii

Catilina

Catilina

Gens Sergia

Cato

Cato

Gentes Hostilia, Porcia

Catulus

Catula

Gens Lutatia

Celer

Celera

 

Celsus

Celsa

Gens Papia

Cethegus

Cethega

Gens Cornelia

Cicero

Cicero

Gens Tullia

Cicurinus

Cicurina

Gens Veturia

Cilo

Cilo

Gens Flaminia

Cincinnatus

Cincinnata

Gens Quinctia

Cinna

Cinna

Gens Cornelia

Cordus

Corda

 

Cornicen

Cornicen

 

Cornutus

Cornuta

Gens Caecilia, Sulpicia

Corvinus

Corvina

Gens Valeria

Corvus

Corva

Gens Valeria

Cossus

Cossa

Gens Cornelia

Costa

Costa

Gens Pedania

Cotta

Cotta

Gens Aurelia

Crassipes

Crassipes

Gens Furia

Crassus

Crassa

Gentes Claudia, Licinia, Otacilia, Veturia

Crispinus

Crispina

 

Crispus

Crispa

Gentes Sallustia, Vibia

Culleo

Culleo

Gens Terentia

Curio

Curio

Gens Scribonia

Cursor

Cursor

Gens Papiria

Curvus

Curva

Gens Fulvia

Dentatus

Dentata

 

Denter

Dentra

Gens Caecilia

Dento

Dento

 

Dives

Dives

Gens Licinia

Dolabella

Dolabella

Gens Cornelia

Dorsuo

Dorsuo

Gens Fabia

Drusus

Drusa

 

Figulus

Figula

 

Fimbria

Fimbria

Gens Flavia

Flaccus

Flacca

Gentes Aviania, Fulvia, Valeria

Flavus

Flava

Gens Decimia

Florus

Flora

Gens Aquilia

Fronto

Fronto

 

Fullo

Fullo

Gens Apustia

Fusus

Fusa

Gens Furia

Galeo

Galeo

 

Gemellus

Gemella

Gentes Servilia, Veturia

Glabrio

Glabrio

Gens Acilia

Gracchus

Graccha

Gens Sempronia

Gurges

Gurges

Gens Fabia

Habitus

Habita

Gens Cluentia

Helva

Helva

Gens Aebutia

Imperiosus

Imperiosa

Gens Manlia

Iullus

Iulla

Gens Iulia

Labeo

Labeo

Gentes Antistia, Atinia, Fabia

Lactuca

Lactuca

Gens Valeria

Laenas

Laenas

Gens Popillia

Laenatus

Laenata

Gens Menenia

Laevinus

Laevina

 

Laterensis

Laterensis

Gens Iuventia

Lentulus

Lentula

Gens Cornelia

Lepidus

Lepida

Gens Aemilia

Libo

Libo

Gens Marcia

Licinus

Licina

Gens Mamilia

Longus

Longa

Gentes Sempronia, Sulpicia

Lucullus

Luculla

Gens Licinia

Lupus

Lupa

Gens Rutilia

Lurco

Lurco

 

Macer

Macra

Gens Licinia

Macula

Macula

 

Malleolus

Malleola

Gens Publicia

Mamercus

Mamerca

Gens Aemilia

Marcellus

Marcella

Gens Claudia

Merenda

Merenda

Gentes Antonia, Cornelia

Maro

Maro

Gens Vergilia

Mergus

Merga

 

Merula

Merula

Gens Cornelia

Messalla

Messalla

Gens Valeria

Metellus

Metella

Gens Caecilia

Murena

Murena

Gens Licinia

Mus

Mus

Gens Decia

Musca

Musca

Gens Sempronia

Nasica

Nasica

Gens Sempronia

Naso

Naso

Gens Ovidia

Natta

Natta

Gens Pinaria

Nepos

Nepos

Gens Caecilia

Nero

Nero

Gens Claudia

Nerva

Nerva

Gens Licinia

Niger

Nigra

 

Novellus

Novella

Gens Gavilia

Ocella

Ocella

Gens Livia

Pacilus

Pacila

Gens Furia

Paetus

Paeta

Gens Aelia

Pansa

Pansa

Gens Vibia

Papus

Papa

Gens Aemilia

Paterculus

Patercula

Gens Sulpicia

Paullus

Paulla

Gens Aemilia

Pavo

Pavo

 

Pera

Pera

Gens Iunia

Pictor

Pictrix

Gens Fabia

Piso

Piso

Gens Calpurnia

Plancus

Planca

Gens Munatia

Plautus

Plauta

 

Postumus

Postuma

Gens Curtia

Potitus

Potita

Gens Valeria

Praeconinus

Praeconina

 

Praetextatus

Praetextata

Gens Sulpicia

Priscus

Prisca

 

Proculus

Procula

Gens Plautia

Pulcher

Pulchra

Gens Claudia

Pullus

Pulla

 

Pulvillus

Pulvilla

Gens Horatia

Purpureo

Purpureo

 

Quadratus

Quadrata

 

Ralla

Ralla

Gens Marcia

Regillus

Regilla

Gens Aemilia

Regulus

Regula

Gens Atilia

Rufus

Rufa

 

Ruga

Ruga

 

Rullus

Rulla

Gens Servilia

Rutilus

Rutila

 

Salinator

Salinatrix

Gens Livia

Saturninus

Saturnina

 

Scaeva

Scaeva

Gens Iunia

Scaevola

Scaevola

Gens Mucia

Scapula

Scapula

Gens Quinctia

Scaurus

Scaura

Gentes Aemilia, Aurelia

Scipio

Scipio

Gens Cornelii

Scrofa

Scrofa

Gens Tremelia

Severus

Severa

 

Seneca

Seneca

Gens Annaea

Silanus

Silana

Gens Iunia

Silo

Silo

Gens Sergia

Silus

Sila

Gens Sergia

Stolo

Stolo

Gens Licinia

Strabo

Strabo

Gens Titia

Structus

Structa

Gens Servilia

Sulla

Sulla

Gens Cornelia

Sura

Sura

 

Taurus

Taura

 

Triarius

Triaria

Gens Valeria

Trigeminus

Trigemina

Gens Curiatia

Trio

Trio

Gens Lucretia

Tubero

Tubero

Gens Aelia

Tubertus

Tuberta

Gens Postumia

Tubulus

Tubula

Gens Hostilia

Tuditanus

Tuditana

Gens Sempronia

Tullus

Tulla

Gens Volcatia

Turdus

Turda

Gens Papiria

Varro

Varro

Gens Terentia

Varus

Vara

Gentes Atilia, Licinia, Quinctilia

Vatia

Vatia

Gens Servilia

Verres

Verres

Gens Cornelia

Vespillo

Vespillo

Gens Lucretia

Vetus

Veta

Gens Antistia

Vitulus

Vitula

Gentes Mamilia, Pomponia

Volusus

Volusa

Gens Valeria

 

 

Lista de Tribus

 Existiam trinta e cinco tribos e para cada uma existia uma abreviação standard.

Aemilia (Aem.)

Aniensis (Ani.)

Arniensis (Arn.)

Camilia (Cam.)

Claudia (Cla.)

Clustumina (Clu.)

Collina (Col.)

Cornelia (Cor.)

Esquilina (Esq.)

Fabia (Fab.)

Falerna (Fal.)

Galeria (Gal.)

Horatia (Hor.)

Lemonia (Lem.)

Maecia (Mae.)

Menenia (Men.)

Oufentina (Ouf.)

Palatina (Pal.)

Papiria (Pap.)

Poblilia (Pob.)

Pollia (Pol.)

Pomptina (Pom.)

Pupinia (Pup.)

Quirina (Qui.)

Romilia (Rom.)

Sabatina (Sab.)

Scaptia (Sca.)

Sergia (Ser.)

Stellatina (Ste.)

Suburana (Sub.)

Teretina (Ter.)

Tromentina (Tro.)

Velina (Vel.)

Voltinia (Vol.)

Voturia (Vot.)

 

 

 

Os Títulos Imperiais

Juridicamente o imperador não tinha título oficial, mas as inscrições denominam-no sistematicamente com títulos diversos. Ao conjunto de títulos que se encontram difundidos pelos vários objectos epigráficos que, de uma forma genérica, chamámos títulos imperiais.

Como qualquer cidadão, o príncipe tinha a tria nominia, prenome, nome e o cognome, mas neste caso estes eram-lhe específicos. O primeiro imperador inventou um nome, Imp(erator) Caeser Augustus e todos os outros o copiaram, se bem com algumas variantes.

Se o nome oficial de um imperador tinha um sentido político, a este nome seguiam-se-lhe uma série de títulos, que evocavam as atribuições religiosas e funções civis e militares.

Após a morte do imperador, este era ordenado como divino, pelo senado e passava a ser objecto de culto oficial. Quando era decretada uma damnatio memoriae, obrigação de ser esquecido, e todas as inscrições onde estivesse mencionado eram apagadas. (1)

Os elementos do nome

Tomemos como exemplo uma dedicatória a Trajano, emanada do Senado e do povo de Roma:

Benevent, Itália , CIL, IX, 1558

Imp(eratori) Caeseri diui Neruae filio / Neruae Traiano Optimo Aug(usto) / Germanico, Dacico, Pontif(ici) max(imo), trib(unicia) potest(ate) XVIII, Imp(eratori) VII, co(n)s(uli) VI, p(atri) p(atrie) / senatus p(opulis) q(ue) R(omanus).

 

"Ao Imperador César, filho do divino Nerva, Nerva Trajano Optimus Augustus, Genmanico, Dácio, Grande Pontífice, detentor do poder tribunicio por dezoito vezes, aclamado imperador pela sétima vez, cônsul seis vezes, pai da Pátria, (dedicado) pelo Senado e povo de Roma. 

Imperador

Depois de Augusto o prenome Imperator passou a ser o praenomen de todos os imperadores e sempre abreviado pelas três primeiras letras IMP.

Tibério, Caligola e Cláudio, por razões mal elucidadas, não usaram o praenomen Imperator. Antoninio Pio, contrariamente aos seus antecessores voltou a utilizar o praenomen imperator, mas continuou a utilizar o seu procrio praenomen.

Nas inscrições, como a do exemplo, a palavra imperator aparece duas vezes, mas na segunda vez seguida de um número (VIII). Esta significa o número de vezes que o imperador foi aclamado como comandante supremo do exército. De cada vez que um general apresentava uma vitória digna de aclamação triunfal, o príncipe adicionava uma saudação imperial ao seu nome, sendo a primeira indicada como imperator II, a adopção do praenomen imperator era considerada a primeira aclamação imperial. 

Caeser

O cognomen Caesae, vem da família Júlia, que Augusto tomou quando adoptado por Caius Iulius Caeser. A partir da morte de Augusto a pertença à família Júlia, passou a ser uma condição base de acesso ao poder.

Com Cláudio termina a linhagem (directa e indirecta) sobre a família Júlia, e Caeser passa a ser um nome gentílico reservado à família do príncipe.

CIL, VII, 585

Caeser imperator destinatus, imperii heres

"César, imperador designado, herdeiro do Império" , esta inscrição refere-se a Adriano. 

Diui Neruae filius

No exemplo citado, o nome do pai adotivo de Trajano era Nerva, e a indicação de diuis, que o imperador anterior se encontrava divinizado, ou seja morto.

O nome do pai, indicado por fil(ius) abreviado ou não, em genitivo, podia ser real, por adopção (no caso de Trajano), ou fictício.

Uma dos melhores exemplos de filiação fictícia é a de Septimo Severo e dos seus sucessores, que a partir de 195, fazem as suas genealogias a partir de Nerva.

Marco miliário da estrada entre Salamanca e Mérida, CIL, II, 4676

Imp(erator) Caeser divi / Septimi Seueri Pii Arab(ici) / Adiab(enici) Parth(ici) max(imi) Brit(annici) / max(ini) f(ilius) [M(arci)] Aur(elii) Antonini / Germ(anici) Sarm(atici) nep(os), divi [H]adriani abnep(os), divi Traiani Parthici et [divi Neruae] / adn(epos) Marcus) Aurel(ius) Antoninus / Pius Felix Aug(ustus), Parth(icus) max(imus) Brit(annicus) max(imus), Germ(anicus) max(imus) / pater militum, trib(unicia) / potest(ae) XX, imp(erator) III, co(n)s(ul) IIII, / p(apter) p(atriae), proco(n)s(ul) restituit. / CXXXVI

 

"Imperador César Marcus Aurelius Antoninus Pius Félix Augusto, filho do divino Septimo Severo Pius Arabicus, Adiabenicus, Psrthicus o grande, Britanicus o grande, netos do divino Marcus Aurelius Antoninus Germanicus Sarmaticus, netos do divino Adriano, descendente do divino TrajanoParthicus e do divino Nerva, Parthicus o grande, Britanicus o grande, Germanicus o grande, pai dos soldados, detentor do poder trinunicio pela vigésima vez, imperador três vezes, cônsul quatro vezes, pai da Pátria, procônsul, restaurou (este marco miliário), 136 milhas.

Esta inscrição contém uma recriação genealógica política da filiação de Septimo Severos, com forma de esquecer a sua usurpação.

Nerva Trajanus

A utilização dos nomes pessoais dos imperadores antes da sua subida ao poder facilitava a sua identificação, uma vez que os nomes oficiais, a tria nomina era muito semelhante. 

Augustus

Este sobrenome foi criado pelo Senado em 13 de janeiro de 24 a .C. Octávio utilizou o cognome Romulus, para se identificar como um reformador e a partir de Commodo, passou-se também a utilizar Pius e Felix e a partir de Caracala a utilizar Pius, Felix e Invictus.

A partir de Vespaziano, todos os imperadores, à imitação de Augusto, Imperator Caesar    Augustus, chamavam-se Augustus, tendo este nome por várias vezes sido tomado como sinónimo de imperador. 

Optimus

Era utilizado por Trajano no final do seu reinado, indicando uma ligação divina, o ser representante de Jupiter Optimus Maximus. 

Germanicus, Dacicus

São títulos honoríficos que provém dos nomes dos povos conquistados, Germanicus pela vitória sobre os Suevos em 97 e Dacicus pela vitória sobre os Dácios em 103.

Marco Aurélio foi i primeiro a utilizar estes sobrenomes ex virtute seguido de Maximus.

Este tipo de sobrenomes dá indícios para datar as inscrições, o que se pode designar como terminus post quem, um facto a partir do qual se pode avançar uma data provável.

Os Títulos

Pontifici Maximo

É um título comum a todos os imperadores. Era um título que incorporava a dignidade religiosa e o controlo da actividade religiosa oficial. 

Tribunicia Potestate

Sempre inscrita por abreviação, pode apresentar duas configurações, em ablativo, tribunicia potestate, ou em genitivo, tribuniciae potestatis. Este título era atribuído ao príncipe de forma vitalícia, mas sujeito a uma renovação anual, o que permite obter a datação da inscrição.

Nesta datação coloca-se uma incerteza, relativa à data do aniversário, ou seja, o dia de início de contagem, já que diferenciava entre cada imperado, se bem que a partir de Trajano, passou a ser sempre contado o dia 10 de Dezembro.

O poder tribucinio é o poder honorifico que o príncipe detém sobre o tribunal da plebe, sem efectivamente o exercer, um poder honorífico e sagrado sobre a plebe, sobretudo nas decisões que tomava. Podia convocar o Senado e introduzir leis que obrigatoriamente teriam de ser votadas pela plebe. 

Cônsul

Como qualquer outro senador, o príncipe podia der eleito cônsul, ou auto atribuir esta tarefa. Normalmente após a atribuição descartavam-se desta actividade para um dos outros senadores. Trajano tinha recebido o sexto consulado em 112.

Pai da Pátria

É um título normalmente designado pela abreviatura PP, pater patriae, O Senado atribuía este título ao imperador com a aclamação do povo. Este título era atribuído normalmente durante o reinado. 

Após a morte do imperador

O damnatio memoriae

O Senado podia decretar após a morte do imperador o damnatio memoria, uma abolição da memória, o que implicava o retirar de todos os monumentos e inscrições o seu nome. 

A divinização

Após a divinização do Júlio César e Augusto, o Senado propunha a divinização dos imperadores após a morte. Uns eram divinizados outros sofriam damnatio memoria.

Bibliografia

          1 - pág. 19 (Encarnação, 1987)

2 - pág. 47 (Encarnação, 1987) 

3 - pág. 80 (Encarnação, 1998)

4 - pág. 81 (Encarnação, 1998)

5 - pág. 82 (Encarnação, 1998)

6 - idem

7 - pág. 77 (Encarnação, 1998)

8 - pág. 35-40, (Corbier, 1998)

 

 
 
 

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