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Rei Carol I

(1881/05/22 - 1914/10/10)

Roménia

Ministro Ionel Bratianu

(1914/01/04 - 1918/01/28)

Ministro

Ionel Bratianu

(1918/11/29 - 1919/09/26)


Ministro

Alexandru Averescu

(1918/01/29 - 1918/03/04)


Ministro

Alexandru Marghiloman

(1918/03/05 - 1918/10/23)


Ministro

Constantin Coanda

(1918/10/24 - 1918/11/28)


Território

Marinha

Tratado de Versalhes

Exército

Rei Fernando I

1914/10/10 - 1927/07/20

Os governos da Roménia no período da Grande Guerra 1914-1918

Ministro

Ionel Bratianu

(1914/01/04 - 1918/01/28)


1910 - 1914 (Outubro)

1914 (Outubro) - 1918

Retirada das tropas romenas em 1917


Fonte: IWM (Q 77781)

ROMANIAN FIRST WORLD WAR OFFICIAL COLLECTION


A Campanha da Roménia (1916-1918)


Tropas austro-húngaras e almãs em Bucareste em 6 de Dezembro de 1916

Torpas austro-húngaras e alemãs a desfilar na cidade de Bucareste a 6 de Dezembro de 1916.

Fonte IWM, Q69958.

A Roménia Ocupada


Depois da Roménia ter conquistador a sua independência nacional a principal preocupação nos campos de batalha da Bulgária, a principal preocupação da monarquia foi de garantir a manutenção da independência conquistada e a integridade territorial.


A sua relação com o Império Russo foi sempre muito cautelosa, principalmente porque este utilizou o seu território múltiplas vezes para operar militarmente nos Balcãs e contra o Império Otomano. O entendimento político entre o Império Russo e a Bulgária após 1878, colocava a Roménia entre dois Estados não muito amigáveis, o que levou a Roménia a desenvolver esforços diplomáticos na direcção de aliar ao Império Austro-Húngaro, através da ampliação da aliança germano-austríaca existente. No entanto existia uma questão em aberto relativamente ao grande número de romenos que viviam na Transilvânia e que se debatiam por um reconhecimento étnico dentro do território húngaro.


A partir de 1903 após o Golpe de Maio na Sérvia, em que o casal real foi assassinado e se instituiu uma alteração dinástica acompanhada com uma alteração de política externa, de uma posição pró-austríaca para uma posição pró-russa, e se assistiu a uma alteração do alinhamento da Bulgária em direcção a uma aliança com o Império Austro-Húngaro, a Roménia teve a possibilidade de alterar a sua política externa e procurar no Império Russo o aliado que necessitava para a defesa da sua integridade territorial.


Com o fim da 2ª Guerra Balcânica e o subsequente Tratado de Paz de   Bucareste (10 de agosto de 1913), a Roménia alcançou ganhos territoriais sobre a Bulgária e as relações de diplomáticas de amizade com o Império  Austro-Húngaro esfriaram.


Fonte: Heppner, Harald, Gräf, Rudolf: Romania , in: 1914-1918-online. International Encyclopedia of the First World War, ed. by Ute Daniel, Peter Gatrell, Oliver Janz, Heather Jones, Jennifer Keene, Alan Kramer, and Bill Nasson, issued by Freie Universität Berlin, Berlin 2014-10-08. DOI: 10.15463/ie1418.10375.

No início da Primeira Guerra Mundial, o novo primeiro-ministro Ionel Bratianu, conseguiu evitar que o Rei Carol I envolvesse o país em guerra ao lado da Triple Aliança e geriu a questão de forma que nem representantes da Entente, nem das Potências Centrais conseguiram colocar a Roménia na guerra.


A sociedade romena estava dividida em duas, os pró-germânicos e os pró-aliados, sendo que os pró-germânicos queriam entrar ao lado do Império Austro-Húngaro numa luta pela libertação da Bessarábia da ocupação russa. Os políticos romenos pró-aliados concentrara-se em torno do Ministro Ionel Bratianu e a razão da entrada na beligerância centrava-se na questão da libertação da Transilvânia da ocupação húngara. Com posições politicas diferentes existia um sentimento generalizado de pró-beligerância na sociedade romena que levou à entrada da Roménia na Grande Guerra.


O Ministro Ionel Bratianu, que era simultaneamente o Ministro da Guerra, reconhecia que a opinião pública era hostil às Potências Centrais por causa da questão da Transilvânia o que fazia tender a Roménia para aderir à  Entente Cordial, mas entretanto o Ministro e o Rei Carol I foram ultrapassados por uma decisão do Conselho da Coroa que decidiram declarar internacionalmente a neutralidade da Roménia.


Fonte: Heppner, Harald, Gräf, Rudolf: Romania , in: 1914-1918-online. International Encyclopedia of the First World War, ed. by Ute Daniel, Peter Gatrell, Oliver Janz, Heather Jones, Jennifer Keene, Alan Kramer, and Bill Nasson, issued by Freie Universität Berlin, Berlin 2014-10-08. DOI: 10.15463/ie1418.10375.


A Roménia Livre

Assim que a campanha da Roménia terminou, As Potências Centrais retiraram suas tropas uma vez que estas eram necessários em outras frentes de combate. A diminuição do número de ocupantes foi diminuindo gradualmente até 1918, quando o número de ocupantes se mostrou residual.


As unidades militares que permaneceram a ocupar a Roménia mantiveram várias tarefas: assegurar as posições militares e política dentro da área de ocupação; providenciar a alimentação das suas próprias tropas e civis migrados em todo o país; forçar a produção agrícola industrial do país; garantir o abastecimento da população civil da Roménia e exportar o maior número possível de recursos para as Potências Centrais e por último a criação de um governo romeno colaboracionista que auxiliasse a administração dos territórios ocupados.


Uma vez que a situação do abastecimento nos países dos Potências Centrais já era bastante deficitária em 1916, as forças ocupantes da Roménia, tropas e civis acompanhantes passaram a ser abastecimentos directamente dos mercados locais. Porque não havia guerra na Roménia e o abastecimento era relativamente melhor que nos seus próprios países, as tropas ocupantes faziam tudo para não serem transferidos para outras frentes.


A Roménia Livre e o ataque do Exército Vermelho na Moldávia

A parte (menor) da Roménia que não foi ocupada pelas Potências Centrais incluia o território do antigo principado da Moldavia, a oeste do rio Prut. Esta área pertencia ao núcleo histórico do país e estava cercada por regiões onde, apesar das diferentes proporções, vivia uma população predominantemente romena. As regiões circundantes eram, por um lado, a parte ocupada da Roménia (Valachia, Dobruja) e, por outro lado, províncias que eram partes da Austro-Hungria (Transilvânia, Bukovina, Banat) ou da Rússia (Bessarábia).


A relação entre as partes livre e ocupada da Roménia foi complicada, porque a Moldávia era um componente integral do estado nacional da Roménia até a ocupação e porque o contacto irrestrito com a parte ocupada não era possível, uma vez que a administração militar alemã tentou bloquear as relações entre a duas partes do país, na medida do possível.


A Roménia ficou isolada internacionalmente, uma vez que não haviam contactos oficiais entre os romenos da zona livre e os países limítrofes porque estes eram inimigos ou no caso do Império Russo não havia qualquer interesse em facilitar uma intensificação do relacionamento romeno com a população da Bessarábia (Moldávia Russa), mesmo dentro da cooperação existente como aliados na Entente.


A questão da Bessarábia estava ligada com o problema da anexação do território da Moldávia Oriental por parte do Império Russo em 1812.


A relação da Roménia com os aliados da Entente foi ambivalente. Com a França cooperação positiva com a missão militar francesa sob o comando do general Henri Berthelot, que contribuiu essencialmente para a consolidação do exército romeno em terreno moldavo no período de 1917 a 1918, mas com o Império Russo foi mais complicado, já que a relação das tropas russas com as tropas romenas e a população moldava não eram fáceis.

Carro de transporte de munições turco na Roménia, frente de Siret, Dezembro 1916. Fonte: IWM, Q87154

A parte da Roménia que foi conquistada e ocupada pelas Potências Centrais não era apenas mais importante estrategicamente (proximidade com o Danúbio e os Balcãs), mas também era economicamente mais rica em recursos.


Imediatamente após a invasão de Bucareste em 9 de Dezembro de 1916, o Marechal-de-Campo von Mackensen implementou uma administração militar alemã na Roménia, que foi atribuída ao comando do 9º Exército.


A administração militar começou oficialmente a trabalhar no final de Dezembro e continuou até o início de Novembro de 1918. Consistia em três zonas de ocupação - Valachia, Dobrudja e Bucareste.


Enquanto a administração militar alemã reservava a Região de Bucareste apenas por si mesma, as outras potências centrais participaram na administração das outras duas zonas de ocupação: uma pequena parte do Valachia estava sob controle da administração austro-húngara, enquanto que na zona da Dobruja a administração era partilhada entre os búlgaros e os turcos.

As forças ocupantes tomaram medidas para forçar um aumento de produção e criaram uma rede de transporte com base em ferrovia para levar os produtos até Bucareste e aos portos do Danúbio, de onde eram enviados para a Austro-Hungria e para a Alemanha.


O governo romeno colaboracionista constituído na Valachia acabou por fugir para a zona não ocupada (Moldávia) em 1916, ficando as zonas ocupadas sem qualquer administração romena.  Foi a rede de escritórios das forças ocupantes que mantiveram o funcionamento administrativo básico.


Após a conclusão do tratado de paz em Bucareste em 7 de Maio de 1918, em que a Alemanha obrigou a Roménia a ceder parte do território da Dobruja aos Búlgaros, o que viria a ser revertido com o  tratado de Versalhes 1919.


Durante o processo de negociações do Tratado de Bucareste, as forças romenas no exílio não tiveram uma intervenção relevante e o Rei Fernando I viria a recusar assina-lo, tendo sido ultrapassado pelo Parlamento que o aceitou e ratificou. As Potências Centrais ameaçaram continuar a luta contra a Roménia Livre se esta não ratificasse o tratado.


Tratado de Bucareste, 7 de Maio 1918

Conde Ottokar Czernin (Ministro dos Negócios Estrangeiros Austro-Húngaro), Marchal-de-Campo August von Mackensen e Richard von Kuhlman (Secretário Negócios Estrangeiros alemão) a caminho do local das negociações com os representantes da Roménia em Bucareste. Fonte: IWM, Q24013.

Desde o início, houve um grande contraste entre a teoria e a realidade da ocupação.


Inicialmente, durante a ocupação os alemães foram considerados em alta estima, o que foi diminuindo por causa das suas atitudes e alguns fuzilamentos em 1918.


Em contraste o entendimento com as forças da Áustria-Hungria foi mais difícil e houve um cuidado especial para não causar atritos. A nível da colaboração da população houve em geral uma posição passiva e alguns casos extremos de colaboracionismo e de hostilidade, mas não representativos.

Não houve grandes problemas com os prisioneiros de guerra romenos até o final de 1917, mas progressivamente foram fugindo para a zona desocupada, onde se juntava ao exército romeno. A disciplina das tropas de ocupação foi diminuindo progressivamente ao longo de 1918 e no final houve deserções.


Fonte: Heppner, Harald, Gräf, Rudolf: Romania , in: 1914-1918-online. International Encyclopedia of the First World War, ed. by Ute Daniel, Peter Gatrell, Oliver Janz, Heather Jones, Jennifer Keene, Alan Kramer, and Bill Nasson, issued by Freie Universität Berlin, Berlin 2014-10-08. DOI: 10.15463/ie1418.10375.

A questão da Bessarábia estava ligada com o problema da anexação do território da Moldávia Oriental por parte do Império Russo em 1812.


Depois do colapso do Império Russo com a Revolução de Fevereiro de 1917 (Revolução Branca), houve a tentativa local de criar um pequeno estado independente da Rússia, na Moldávia Oriental, a República Democrática da Moldávia (15 Dezembro de 1917 a 9 de Abril de 1918) de maioria de população de etnia romena.


Depois da Revolução de Outubro de 1917 (Revolução Vermelha) o Exército Vermelho deu início a uma integração dos territórios do ex-império e a partir de Janeiro de 1918 atacou a região da Bessarábia.


Depois da formação do Soviete Runcherod (Comité Central dos Sovietes da Frente Romena, Frota do Mar Negro e do Distrito Militar de Odessa), em Junho de 1917, com uma maioria de representantes mencheviques (russos brancos)  e esers (socialistas revolucionários) que apoiavam o Governo Provisório Russo, a Rúseia continuaçou a guerra contra as Potências Centrais. A principal oposição da Runcherod era contra os revolucionários vermelhos (bolcheviques). Entretanto a 23 de Dezembro de 1917 houve uma nova eleição de representante que deu a maioria aos bolcheviques em coligação com os socialistas revolucionários.É a partir de Janeiro até Março de 1918 que a Rumcherod (vermelha) inicia o ataque à República Democrática da Moldávia. A Runcherod foi dissolvida em Março de 1918 após a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk, que entregou os seus territórios às Potências Centrais.


O ataque bolchevique levou a que os representantes do governo da República Democrática da Moldávia solicitassem a intervenção do Exército Romeno (Roménia Livre) o que foi concedido. A decisão de intervenção do Exército Romeno na Bessarábia foi do Governo de Ionel Bratianu (1914/01/04 - 1918/01/28), a 26 de Janeiro de 1918. Foi enviado o 9º Exército Romeno comandado pelo General Brosteanu.


O Exército Romeno Livre em apoio do Governo Moldavo travou uma série de combates contra o Exército Vermelho e em poucas semanas expulsou as tropas bolcheviques do território. As restantes tropas bolcheviques retiraram após a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk.


Já com as tropas romenas a ocupar efectivamente no território, e as tropas das Potências Centrais a ocuparem as zonas sovieticas entregues ao abrigo do Tratado de Brest-Litovsk, parlamento moldavo declarou a independência da Rússia e a integração do territórion no Reino da Roménia a 9 de Abril de 1918. A Rússia Soviética nunca viria a reconhecer o acto e declarou o território como ocupado pela Roménia.


Outras regiões fronteiriças (Bukovina, Banat e Transilvânia) só viriam a ser integradas no Reino da Roménia após a derrota do Império Austro-Húngaro, a constituição de conselhos locais nesses territórios e posterior reconhecimento durante a negociações do Tratado de Versalhes.

Batalha de Tighina - Janeiro 1918


As forças romenas, do 9º Exército Romeno comandado pelo General Brosteanu, entraram em Chisinau e as forças bolcheviques retiraram para Tighina, depois em combate os bolcheviques foram obrigados a retirar novamente e colocaram-se para lá do rio Dniester. A Batalha de Tighina foi um dois principais combates das tropas romenas contra os bolcheviques em 1918. Os combates duraram cinco dias e terminou numa vitória romena e a captura de 800 espingardas e munições.



General Ernest Brosteanu (1869-1932)

Intrevista com o Professor Ioan Bolovan, historiador e demógrafo na Universidade de Babes-Bolyai na Roménia, no Centro de Humanidades na Universidade Nova de Lisboa (CHAM/NOVA), em 19 de Junho de 2017. A Entrevista foi efectuada pela Professora Helena da Silva (IHC-FCSH/NOVA e Professor Paulo Teodoro de Matos (CHAM-FCSH/NOVA).

Prof. Ioan Bolovan - Historiador romeno e professor na Babes-Bolyai Universidade

Desde de 3 de Agosto de 1914 até 27 de Agosto de 1916 a Roménia manteve o estatuto de país neutro.


Durante este período usufruiu das vantagem económicas de exportação de mercadorias para os países da Potências Centrais através da fronteira austro-húngara e o rio Danúbio, assim como do fácil acesso  aos estreitos turcos do Bósforo, entre o Mar Negro e o Mar de Mármara e dos Dardanelos, entre o Mar de Mármara e o Mar Egeu, por onde passavam mais de 90% das exportações romenas.

Durante o período de neutralidade a Roménia obteve financiamentos italianos e britânicos para o desenvolvimento da sua indústria, tendo gasto parte significativa no desenvolvimento de uma indústria militar de armamento e munições. Também foi adquirindo armas a partir da Rússia, ou das Potências centrais como pagamento das matérias-primas e abastecimentos importados.



A Roménia Neutral (1914-1916)


Como todas as soluções militares anteriores à Grande Guerra tinham sido pensadas com cenários contra a Bulgária, ou a Rússia, houve a necessidade de repensar toda a estratégia militar para se trabalhar um plano militar contra o Império Austro-Húngaro. simultaneamente o governo efectuou uma reorganização do exército e aumento a mobilização de praças e oficiais.


Entretanto, o Governo do Rei Fernando l foi negociando secretamente com a nações da Entente e em 17 de Agosto foi concluído uma convenção político-militar em que as Potências da Entente conheciam à Roménia os direitos territoriais sobre os territórios da Transilvânia, onde a população fosse maioritariamente romena.

É de facto a razão da Roménia entrar na Grande Guerra a vontade de integrar os territórios da Transilvânia de maioria populacional romena e que estavam a ser administrados pelo Império Austro-Húngaro. Os territórios da Bessarábia (Moldávia), da Valáquia e da Transilvânia formavam a vontade histórica e territorial da Grande Roménia.



Fonte: Velha Roménia, Fotos de Adolph Chevallier (1881-1963) foi um fotografo romeno que em 1921 ae trnou fotofrafo oficial da Corte.

https://romaniadacia.wordpress.com/2016/02/02/old-romania-adolph-chevallier-photography/

A preparação da Roménia para a guerra não pode ter sido escondida dos governos das Potências Centrais, mas o dia da declaração de guerra e o dia do ataque eram desconhecidos. Era evidente a mobilização do exército romeno, o que obrigava as Potência Centrais a se prepararem para a abertura de uma nova frente. Neste ponto a Roménia tinha vantagem de os exércitos das Potências Centrais se encontrarem muito empenhados em outras frentes: França, Rússia, Balcãs e Itália. Por outro lado as Potências Centrais para contrabalançar a situação militar tinham apostado em trazer para a sua causa os Estados fronteiriços da Roménia: Bulgária (Outubro 1915) e Turquia (Outubro de 1914).


A 27 de Agosto de 1916, o Reino da Roménia declarou guerra ao Império Austro-Húngaro.

Batalha de Valcov - Fevereiro 1918


A segunda batalha foi a Batalha de Valcov entre 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro, em que os bolcheviques utilizaram uma flotilha de apoio que incluiu três canhoneiras da classe Donetsk. As canhoneiras soviéticas conseguiram fixar as tropas romenas durante dias, mas a três de Fevereiro a artilharia romena conseguiu destruir o posto de observação de artilharia soviético e as canhoneiras deixaram de conseguir bombardear as tropas romenas. Pouco depois as tropas romenas ocuparam Valcov. O Exército Romeno capturou uma das canhoneiras (K-2, 2225t, 2x152mm), várias barcaças e oito canhões de 152mm Obuchov.

Prisioneiros austro-húngaros a serem escoltados por soldados de cavalaria romena


Fonte: IWM (Q 76891)

ROMANIAN FIRST WORLD WAR OFFICIAL COLLECTION


General Constantin Prezan a cumprimentar oficiais da frente da Transilvânia


Fonte: IWM (Q 58117)

ROMANIAN FIRST WORLD WAR OFFICIAL COLLECTION


Depois da conclusão do tratado de cooperação entre a Roménia e a Entente, em 27 de Agosto de 1916, poucos dias depois a Roménia invade o Império a Austro-Húngaro na fronteira da Transilvânia.


O ataque romeno à Áustria-Hungria não foi uma surpresa, mesmo que as Potências Centrais não soubessem quando e em que ponto da fronteira o mesmo iria acontecer até ao início de Agosto.


Era um facto que a Alemanha e a Áustria-Hungria tinham conhecimento da constante mobilização de tropas por parte da Roménia. Em contrapartida os outros sectores de guerra concentravam a maior parte das forças das Potências Centrais (Rússia, Sérvia, Itália e França) e só depois no Verão de 1916 é que foi possível começar a guarnecer a futura frente da Roménia (Transilvânia).


A Alemanha contava com os seus aliados: Bulgária (Setembro 1915) e a Turquia (Agosto 1914), para atacar a Roménia noutros sectores quando esta declarasse guerra à Áustria-Hungria.


A entrada da Roménia na guerra provocou que a guerra submarina sem restrições fosse adiada. A Alemanha tinha o receio de virar os paises neutros contra ela, em especial a Dinamarca que tinha a capacidade de mobilizar 50.000 homens e marchar sobre Berlim sem grande oposição em Agosto de 1916, dada a falta de tropas alemãs.


Em 27 de Agosto as tropas romenas avançaram sobre a zona frontriça da Transilvânia, para criar uma zona de ocupação avançada dentro do lado inimigo, aproveitando para interceptar o ponto estratégico da via de caminho-de-ferro entre Banat e Budapest (Budapeste – Brasov – Sibiu – Arad).


Outro factor que as tropas romenas aproveitaram foi o apoio da população romena local que os receberam como libertares. Também, em consequência da guerra milhares de pessoas fugiram para a região da Hungria.


O 1º Exército Romeno conquistou a zona de Sibiu. O 2º Exército Romeno teve mais dificuldades em avançar por causa do tipo de terreno montanhoso que tinha na sua frente.


Os exércitos das Potências Centrais conseguiram para o avanço romeno em dois meses, mesmo estando em inferioridade numérica. As razões para tal estiveram ligadas a dificuldades de coordenação do comando dos dois exércitos romenos na Transilvânia, a Roménia não contava que o Império Austro-Húngaro conseguisse tão rapidamente o auxílio de tropas alemãs, o exército romeno não estava preparado para uma guerra de montanha e por último a Roménia não contava com uma segunda frente na fronteira com a Bulgária. Esta surpresa era de se esperar já que a Roménia lhe tinha feito o mesmo à Bulgária durante a 2ª Guerra dos Balcãs.


O Exército Romeno tinha a vantagem de ser mais numeroso, não ter problemas de abastecimento de mantimentos e armamento e de gozar de um alto nível moral. A desvantagem estava em que não tinham experiência de guerra e o seu inimigo contava já com mais de um ano de experiência.


O avanço sobre a Roménia deu-se e dois sectores: 1º Exército Confederado (alemães e austro-húngaros) comandado pelo General Erich vom Falkenhaym que empurrou as tropas romenas para fora da Transilvânia através dos Montes Cárpatos até à região da Valáquia e da Moldávia, e 9º Exército Confederado ( alemães, búlgaros e turcos) comandados pelo Marechal August von Mackensen que partindo da Bulgária marchou sobre o Danúbio (via Dobrujia) empurrando o Exército Romeno para uma posição limite dentro da Valáquia junto à Moldávia.


A 9 de Dezembro de 1916, o 9º Exercito Confederado entrou em Bucareste, mas a Roménia não se rendeu e continuou a lutar até que em consequência da Revolução Vermelha Russa, em Março de 1917 ficou sem apoio militar Russo e a situação se desmoronou.


As tropas romenas que se encontravam na Valáquia e na Dobrujia  foram desarmadas e aprisionadas pelos alemães e as tropas que estavam na Valáquia perto da Moldávia fugiram para a Moldávia, onde ficou o Governo da Roménia Livre e foi mantida a resistência contra tropas das Potências Centrais com o auxílio do Exército Imperial Russo e posteriormente do Governo Provisional Russo.


Fonte: Heppner, Harald, Gräf, Rudolf: Romania , in: 1914-1918-online. International Encyclopedia of the First World War, ed. by Ute Daniel, Peter Gatrell, Oliver Janz, Heather Jones, Jennifer Keene, Alan Kramer, and Bill Nasson, issued by Freie Universität Berlin, Berlin 2014-10-08. DOI: 10.15463/ie1418.10375.

O Exército Romeno teve de avançar na Primavera de 1919 sobre a Hungria para combater a República Soviética de Béla Kun (1886-1938).


O principal sentimento anti-romeno das Potências Centrais residia na questão da deserção da Roménia da antiga aliança com estas, tal como tinha acontecido com o Reino da Itália.


O plano de contra-ataque alemão consistiu em primeiro expulsar o Exército Romeno da Transilvânia e depois elimina-lo dentro da Roménia. Também foi objectivo retiar a Roménia da guerra e de se apropriar dos recursos romenos em favor da máquina de guerra alemã. (comida e óleos minerais).