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Regimento de Infantaria 20 - Guimarães

Bibliografia


http://www.oconquistador.com/noticia.asp?idEdicao=209&id=5463&idSeccao=1002&Action=noticia

Fonte, Barbosa da (1995), Unidades Militares que passaram por Guimarães, Guimarães, Editora Correio do Minho.


Martins, Dorbalino dos Santos (1995), Estudo de Pesquisa Sobre a Intervenção Portuguesa na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) na Flandres: Colectânea de Documentação, Lisboa, Centro Gráfico do Exército.


O Quartel do RI 20 – Paço dos Duques de Bragança


O Paço dos Duques de Bragança foi ocupado como Quartel Militar entre 1807 e 31 de Dezembro de 1935. Durante este período, foram várias as unidades militares que estiveram aquarteladas no Paço.


A ideia de utilizar o Paço dos Duques como Quartel Militar é anterior às Invasões Francesas. Numa carta datada de 1790, José Diogo Mascarenhas Neto, Corregedor de Guimarães, propõe que se transmita ao rei a remodelação do Paço para aquartelamento de tropas.


Em 1807, segundo o Padre António Caldas, aquartelava-se em Guimarães o Regimento de Infantaria n.º 15, como consequência da primeira invasão francesa, no entanto só um documento de 1816 indica com clareza que estavam em marcha obras de adaptação do Paço para o acomodamento de militares.


Sabe-se no entanto que, pelo Decreto de 29 de Fevereiro de 1816, publicado no Rio de Janeiro e em Lisboa no mesmo ano, foi decidido instalar em Guimarães o Regimento de Infantaria n. 15, recém-chegado do Rio de Janeiro.


Em 1907 recebeu o RI 20, com a denominação de "Regimento n.º 20 de Infantaria do Infante D. Manuel" (dec. de 1907/09/28).


A presença militar no Paco dos Duques foi permanente desde 1816 até 1935.


Fotos do Quartel do Regimento de Infantaria 20, Paço dos Duques de Bragança, início do século XX

O Regimento na Grande Guerra

Keywords: Guimarães, RI20, Grande Guerra, WWI, CEP

A 9 de Abril, La Lys, durante o combate a 1ª Companhia do BI20 ofereceu o máximo de resistência ao avanço alemão, mantendo um resistência efectiva que durou até às 9h 30mn.


Neste dia o BI20 perdeu 15 oficiais e 150 praças mortos, 27 oficiais e 88 praças feridos e 41 praças desaparecidos. O comandante do Batalhão o Capitão Montenegro Carneiro, que tinha o seu posto de comando na linha da frente, em Temple Bar, acabou por ser aprisionado pelos alemães.


Com um efectivo inferior a 300 homens, contando com feridos e doentes, na reorganização de Julho de 1918, do General Garcia Rosado, o BI20 foi reunido com o BI3 e BI 14 e formou o novo Batalhão VII, da 3ª Brigada do Coronel João Morais Zamith.


Esteve aquartelado em Ambleteuse e daí seguiu para Henrignhem e depois para Nieppe, no serviço de fortificações, tendo ainda sofrido baixas de fogo de artilharia inimiga. Durante a guerra o BI20 teve 3 oficias e 23 praças mortos, num total de 24 baixas ( mortos, desaparecidos, feridos e prisioneiros) de oficiais e 177 de praças.


Em Outubro de 1918 o Batalhão VII teve um insubordinação e em consequência dessa situação o Batalhão VII foi dissolvido e as praças distribuídas pelo Batalhão III e Batalhão IX.


O Regimento de Infantaria 20 foi criado em 1888, com distrito de recrutamento 22 e sede em Guimarães. Em 1907 recebeu o nome de Regimento n.º 20 de Infantaria do Infante D. Manuel.


Com a reorganização de 1911 o RI20 ficou com uma orgânica de três batalhões e com a seguinte zona recrutamento: Guimarães, Cabeceiras de Bastos, Celorico de Bastos, Mondim de Bastos, Felgueiras e Fafe.


Durante a Grande Guerra em França, a força enviada do RI20 passou a ser identificada como BI20 e fez parte da Brigada do Minho onde se distinguiu em combate.


Partiu de Guimarães para Lisboa onde chegou no dia 27 de Maio de 1917. Embarcou em Lisboa para Brest onde chegou a 1 de Junho de 1917.


Fez formação de combate de trincheiras em Mametz, desde Junho a Agosto de 1917, e ocupou as trincheiras a 9 de Setembro.


Em 24/25 Outubro 1917 participou numa patrulha às linhas inimigas (11 homens ,1 Oficial e 10 Praças).


A 12 de Março de 1918 sofreu um ataque inimigo quando ocupava o sector de Fauquissart e sofreu 4 mortos e 16 feridos. Nesta data o BI20 recebeu um Louvor (OS 78 do QG, 2ª Div., 1918/03/19) face à bravura em combate.


A 4 de Abril de 1918 o BI20 foi bombardeado com gazes asfixiantes e granadas explosivas e atacado por patrulhas inimigas.

Em Fevereiro de 1927, rebentou a primeira rebelião contra a Ditadura Militar. Nela participaram elementos do RI20. Com a derrota dos revoltosos, O regimento de Guimarães foi extinto na sequência da Revolta contra a Ditadura Militar em Fevereiro de 1927.


Após a extinção do regimento foi perdido o rasto da Bandeira do RI20, mas graças aos esforços de Carlos Sousa, vimaranense que se dedica ao estudo da história do Regimento de Infantaria 20, foi encontrada e regressou recentemente a Guimarães, estando actualmente em exposição no Paço dos Duques de Bragança, antigo quartel do Regimento de Guimarães.


Fonte: http://araduca.blogspot.pt/2011/09/bandeira-do-20-de-infantaria.html

É de referir que Raul Brandão, entre 1918 e 1919, na condição de reformado do Exército com o posto de Capitão, exerceu a função de bibliotecário na biblioteca regimental do RI20.