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CEL - Forte São Julião da Barra


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Tertúlias de  História Militar - Direcção de História e Cultura Militar - Apresentação do Coronel José Paulo Berger, Chefe do Gabinet de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, 21 de Maio de 2017.

Planta original - Século XVI

Século XXI

Decorria o ano de 1549 quando D. João III criou o cargo de Mestre das Obras de Fortificação do Reino, lugares d`Além e Índias, que veio a ser confiado ao renomado arquiteto Miguel de Arruda, responsável por diversos complexos fortificados no ultramar português. D. João III, a pedido de seu pai D. Manuel I e a impulsionado pelos conselheiros militares, pretendeu edificar uma fortificação junto à confluência das barras Norte e Sul do rio Tejo.


Em 1553 o soberano fez iniciar as obras do Forte da Ponta de São Gião, com o objetivo de criar uma fortaleza moderna, de defesa marítima do porto de Lisboa, junto à foz do rio. Assim, a defesa do porto de Lisboa passaria a ser constituída por um complexo defensivo integrado pela Torre, depois Forte de São Lourenço do Bugio, num banco de areia a meio da foz, com quem cruzava fogos, fechando a barra do Tejo, complementado pela praça-forte de Cascais, como guarda avançada na margem direita da foz e pelas Torre de Belém (margem direita) e Torre Velha da Caparica (margem esquerda), como defesa última do porto de Lisboa. Em 1568, a estrutura era dada como concluída. Obras complementares, entretanto prosseguiam ainda em 1573, quando nas masmorras eram detidos aqueles que aguardavam degredo, ocupados em trabalhos forçados nas obras da própria estrutura.


No ano de 1580, as tropas do Duque de Alba invadiram a capital, cercando por terra o Forte de S. Julião da Barra, ao fim de 5 dias de cerco D. Tristão Vaz da Veiga entrega a fortificação. Devido à vulnerabilidade defensiva, D. Filipe II mandou executar grandes obras de ampliação, acrescentando ao plano inicial dois baluartes. Procedeu-se a correções no traçado do fosso, erguerem-se novas baterias, ampliou-se as defesas do flanco oeste. No conjunto, estas obras transformaram o Forte de S. Julião da Barra na maior e mais poderosa fortificação do reino de Portugal, à época. No mesmo período as instalações da fortificação passaram a ser utilizadas como prisão política do Estado português, que se manteve nos séculos seguintes até à 1ª República.


No momento da Restauração da independência, o Forte de S. Julião da Barra sofreu ainda um novo cerco, agora pelas tropas leais ao Duque de Bragança. D. Fernando Cuevas, em dezembro de 1640, entregou a fortaleza portuguesa em troca de substancial recompensa. Sob a regência de D. João IV, ordenaram-se novas obras devido a deficiências no sistema defensivo. A fortificação sofreria ainda obras de recuperação e de ampliação, causadas pelo terramoto de 1755.


No início do século XIX, as tropas francesas, sob o comando do General Junot, invadiram Portugal. A vila de Oeiras e S. Julião da Barra, foram transformadas em quartel-general das tropas de ocupação francesas, enquanto a barra do rio Tejo era bloqueada pela marinha inglesa. Em setembro de 1808, após a Convenção de Sintra, a bandeira inglesa substituiu a francesa no mastro da Torre de S. Julião da Barra. Um ano mais tarde, o Forte foi devolvido à administração portuguesa.


No início do século XX contribuia para a defesa do Tejo com uma bataria de quatro peças Krupp de 280mm e estava integrada no comando do Campo Entrincheirado de Lisboa.