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CEL - Forte de Monsanto

O Campo Entrincheirado de Lisboa (CEL), que se inscrevia na actual área metropolitana de Lisboa, era um sistema defensivo, terrestre e marítimo, elaborado enquanto estratégia conjunta do Exercito e da Marinha. Após as Invasões Francesas (1804-1814), a sociedade Portuguesa viu-se impotente na sua capacidade militar, culminando nas diversas acções militares, estrangeiras, em território nacional, aquando da segunda ocupação, agora inglesa. A estes factos, somou-se o desgaste da Guerra Civil, entre 1828 e 18345. Perante este retrato débil do pais e aos avanços tecnológicos e bélicos que os tempos modernos propunham, tornou-se premente desenvolver instrumentos que salvaguardassem a soberania nacional e o seu Imperio.


Neste sentido, assentou a Comissão de Defesa de Lisboa que o CEL  se basearia num sistema de forticações, composto por alguns dedicados novos e pela reconversão de outros, habilitados com modernas pecas de artilharia de praça e interligados através da rede telefónica e telegráfica como forma de garantir a defesa da capital.


O projecto do Forte de Monsanto coube a Inácio Justino Crispiniano Chança, secretário do Corpo de Engenharia, estando concluído a 17 de Junho de 1889, como Praça de Guerra de 1ª Classe, reduto central do comando da linha defensiva.

Com uma estrutura abaluartada, o Forte, à cota de 241 metros é ponto cimeiro da cidade de Lisboa e permitia, à época, uma total visibilidade sobre Lisboa e o Tejo.


Enquanto estrutura defensiva o Forte de Monsanto surge em articulação com o Forte do Alto do Duque e com o do Bom Sucesso, da Ameixoeira (D. Carlos), de Caxias (D. Luís) e de Sacavém (Monte Cintra), a par da linha de defesa avançada e da linha de fortes destacados, através da designada Estrada Militar Caxias-Sacavém que atravessava a Serra de Monsanto – com uma área superior a 900 hectares – outrora coberta por searas e pastos para gado.


A prestação do Forte de Monsanto, enquanto reduto militar do CEL, foi relativa- mente curta e sem grande visibilidade, pois, logo após a I Guerra Mundial (1914-1918) foi considerada uma construção tecnologicamente obsoleta, com acção militar escassa.

(Texto de Mariana Correia Carrolo)


Bibliografia


Carrolo, Mariana Correia (2014), “Monsanto: de forte Marquês Sá da Bandeira a estabelecimento prisional, leituras de um edifício discreto da modernidade lisboeta”, Revista de História da Arte n. 11 – 2014, pp. 237-51.


Blog Paixão por Lisboa - Fotografias


O Occidental N.º 104 de 1881

O forte e os seus quatro redutos circundantes estavam equipados com artilharia de 90mm, 120mm e 150mm, em 1881.

Os redutos exteriores eram os seguintes circulando pela esquerda:

1 - Cabeço do Mouro

2 - Alto da Argolinha

3 - Cabeço da Atalaia

4 - Alto do Capela

O campo de tiro do Forte ia desde o Tejo a Benfica, podendo batar para além da linha de Sacavém, a encosta da Luz e o Alto da Chã, na Amadora (Porcalhota).


fonte: http://www.jf-benfica.pt/wp-content/uploads/2017/05/Footsteps_site.pdf